Autismo Infantil: como reconhecer os sintomas e tratamentos existentes

O autismo além de estar ligado à genética, novos estudos associam uso de antidepressivos, obesidade e até poluição do ar ao aumento do risco de desenvolver o distúrbio.

28/01/2014 23h18m. Atualizado em 19/11/2014 22h08m por:

 

autismo infantilAquela era uma criança calada que não gostava de brincar com os amigos, mas que sabia desenhar como ninguém… É, talvez esta situação esteja acontecendo em sua vida e você ainda não saiba o motivo de seu filho ou filha não interagir com outras crianças.

Talvez esta criança tenha Autismo, e por isso possui alguns distúrbios cerebrais que dificultam sua interação com outras crianças, mas que não a impedem de se desenvolver ao longo da vida, e demonstrar talentos que você nem imaginaria.

E para explicar um pouco mais sobre o Autismo, e sobre como é ter uma criança Autista em casa, desenvolvemos este artigo especial para vocês.

autismo infantil 1

Dificuldade de interação pessoal

O que é Autismo

O Autismo é um conjunto de transtornos que afetam determinadas áreas do cérebro, que são relacionadas com a capacidade de comunicação, de socialização com outras pessoas e de comportamento (interagir com o ambiente de acordo com as normas que determinam esta resposta).

Estas alterações estão englobadas dentro de um grupo de síndromes chamado Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD, porém, atualmente o termo que é mais utilizado para definir este grupo é Transtorno do Espectro Autista – TEA, que engloba o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação.

autismo infantil 5

Autismo tem intensidades variáveis

E quem pertence ao grupo TEA costuma apresentar dificuldades em manter um convívio social, a comunicação não-verbal, a interação dos outros e sua resposta em relação a esta interação. E todos estes sintomas provocam uma deficiência de comunicação entre o Autista e o mundo ao seu redor muito grande, pois limita bastante sua interação social.

Os sinais do Autismo

O autismo apresenta seus primeiros sinais em crianças antes dos três anos de idade, e segundo pesquisas recentes estes sintomas podem surgir logo aos 10 meses de vida, onde as crianças podem não reagir quando chamamos seu nome, não se acalmam com facilidade, não demonstram atenção as brincadeiras, não costumam reproduzir palavras ditas pelos pais, dentre outros.

Vários graus de autismo

Posteriormente notamos, em alguns casos, que a criança não apresenta alterações de fala nem no desenvolvimento da inteligência, enquanto que em outros casos ela pode apresentar sérios problemas em desenvolver sua linguagem. Temos também os casos em que ela tem comportamento fechado e bem distante, e em outros casos a criança segue rígidos padrões de comportamento.

É importante ressaltar também que Autistas não ficam isolados em um mundo próprio necessariamente porque não gostam de interagir com as pessoas, ao contrário, o que pode estar acontecendo é uma dificuldade em estabelecer esta relação com outras pessoas devido ao Autismo.

Outro ponto a citar é que uma criança Autista nunca deve ser tratada como retardada (um rótulo muito pesado e pejorativo que a sociedade teima em impor nas pessoas), ao contrário, muitas delas possuem inteligência acima da média, e o que a impede de interagir é um déficit intelectivo causado pelo autismo.

Na adolescência existem autistas típicos, que ficam isolados, fazendo gestos repetitivos e estereotipados. E há autistas em que o distúrbio é discreto, quase imperceptível.

autismo infantil 5

Tratamento envolve a criança, a família e os profissionais

Causas e diagnóstico do Autismo

O Autismo não é um transtorno com uma única causa definida, pois ele pode ser causado por uma série de combinações genéticas de risco, e que acabam interagindo com riscos ambientais. No campo genético foram detectados vários genes que podem originar o Autismo, mas sem que se possa determinar quais deles especificamente.

Já como fatores ambientais podemos destacar doenças infecciosas durante a gravidez (como rubéola ou CMV), bem como a ingestão de substâncias químicas (como valproato e talidomina). E por isso é muito difícil dizer qual fato específico é responsável pelo Autismo.

O autismo além de estar ligado à genética, novos estudos associam uso de antidepressivos, obesidade e até poluição do ar ao aumento do risco de desenvolver o distúrbio. Pesquisas também reforçam a possibilidade de o ácido fólico quando consumidos por grávidas reduzir o risco de seus filhos serem autistas

Parâmetros para diagnóstico autismo

Já para fazer o diagnóstico do Autismo é necessário que se analisem os sintomas apresentados pela criança, que incluem seu déficit de interação com as pessoas ou mesmo de fala. E estes sintomas estão englobados em critérios internacionais descritos no CID da doença, e que poderão ser identificados por um médico especialista em Autismo.

autismo infantil 4

TEACCH – Treinamento e Ensino de Crianças com Autismo

Cuidados e tratamento do Autismo

O Autismo ainda não possui uma cura, porém, com o tratamento adequado e feito precocemente é possível que o Autista tenha uma vida longa e com muitas conquistas, e que vão envolver um acompanhamento em cada etapa de sua vida.

A criança Autista deve ser acompanhada por um grupo de profissionais, que irão ajuda-lá no desenvolvimento da comunicação, nas questões sociais, e em outras áreas em que ela apresente maior dificuldade de desenvolvimento.

Estes tratamentos incluem: consultas periódicas, e também envolvem instituições especializadas, que podem proporcionar ao Autista o aprimoramento de seus pontos fortes, e que também visam auxiliá-lo no desenvolvimento de seus pontos fracos, que devem ser observados em cada caso, para que a criança tenha um desenvolvimento adequado.

Vale lembrar que para cada caso é necessário um tipo de tratamento, ou mesmo uma combinação de tratamentos, conforme o quadro apresentado, e que o auxílio dos pais é de fundamental importância em todas as etapas de sua vida.

Sobre o autor:

Vandeni Navarro

Vandeni Navarro

Formada em pedagogia pela UNITAU, especializou-se na área de crianças especiais. Mãe de dois filhos, atualmente dedica-se ao blog e a família.
Deixe seu comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *