Erros cometidos pelos pais na educação dos filhos

Os pais tem que se policiar para não dar brecha e errar na educação de seus filhos.

10/12/2012 17h25m. Atualizado em 13/11/2014 22h53m por:

 

erros na educação dos filhosErros cometidos na educação dos filhos.Que pai ou mãe não se esforçam para serem os perfeitos? Compreensível, claro, afinal, a responsabilidade pela formação do caráter e quase toda personalidade de uma pessoa fica por conta dos pais.

O problema é que muitas vezes enquanto acham que estão fazendo tudo certinho, os pais estão na verdade, detonando tudo e errando feio. É exatamente sobre isso que o livro “Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças” (Editora Lua de Papel), recém-lançado no Brasil e escrito pelos americanos Po Bronson e Ashley Merryman, trata.

O foco do livro é desfazer os mitos criados acerca da educação das crianças; claro, tudo baseado em resultados de pesquisas sobre o desenvolvimento infantil.

Erros na educação dos filhos

Para você ficar por dentro e ter uma prévia do que esse livro aborda, bem como a forma como tratam os temas, trouxemos alguns dos discursos mais errôneos usados pelos pais, citados pelo livro.

– “Sempre elogio meu filho”. Incentivar e apoiar as atitudes de uma criança parece ser mega positivo para manter a autoestima sempre alta. Mas, quando existe um exagero, a criança pode chegar até mesmo a um efeito contrário.

“Até os anos 70 não havia uma preocupação nítida com essa questão da autoestima dos filhos. Quando se começa a falar mais sobre isso, vem o exagero. Os pais começaram a elogiar qualquer coisa, mesmo que banal”, afirma Tania Zagury, mestre em educação e autora do livro “Filhos: manual de instruções” (Editora Record).

Tânia autora do livro diz sobre a importância de encorajar e parabenizar um filho desde que os pais observem que as crianças se empenharam para atingir o objetivo.

-“Elogios excessivos e falta de encorajamento são dois extremos perigosos”. O ideal é cada família encontrar o seu equilíbrio.

-“Deixo meu filho dormir um pouco mais tarde para ficar comigo” Os autores do livro apontam que pesquisas recentes mostram que 1 hora e meia a menos de sono por dia pode acarretar problemas sérios no desenvolvimento da criança como: comprometimento da capacidade intelectual, do bem-estar emocional, déficit de atenção e obesidade.

Mesmo ainda não havendo um acordo pelos estudiosos no assunto, a maioria defende a idéia de que a diminuição de horas de sono para crianças e adolescentes desenvolvam problemas.

-“Os pais trabalham fora e acabam chegando tarde”. Para compensar essa ausência permitem que seus filhos fiquem acordados até mais tarde em sua companhia. Mas isso pode ter um efeito ruim”, aponta Tania.

O psicólogo clínico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcelo Quirino concorda: “um sono ruim pode gerar alterações afetivas, cognitivas e sociais. O sono é fundamental para uma boa saúde”.

– “Ensino a meu filho que somos todos iguais” Será que existe uma forma correta de falar sobre a diversidade racial com as crianças? A maioria dos pais acha que colocar os filhos num ambiente habitado por pessoas de diversas raças, sem que isso aponte apenas características físicas como cor de pele, seria o correto para combater o preconceito e fazer com que o filho ache tudo natural.

Para Po Bronson e Ashley Merryman, autores do livro, esse discurso de “somos todos iguais” não é o caminho ideal. Ambos acreditam que deve ser feita uma abordagem mais clara do assunto com diálogos que tratem diretamente essas diferenças físicas e por que elas não devem ser motivo de discriminação.

“O discurso de que somos todos iguais é mesmo muito superficial porque simplesmente não somos iguais. Pelo menos não fisicamente”, diz Marcelo.

Psicóloga e terapeuta familiar da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Marina Vasconcellos acredita que o importante é ensinar a respeitar as diferenças. “Dizer que somos todos iguais acaba sendo uma mentira mesmo. Outra abordagem é necessária”.
“A criança enxerga diferenças físicas. É uma questão visual. Precisamos ensinar que essas diferenças existem e nem por isso um é melhor do que o outro. A questão do preconceito deve ser trabalhada desde cedo com mais profundidade”, aponta Tania.

– “Não discuto com meu filho adolescente”. A adolescência é uma fase de muito atrito e bem complicada para pais e filhos. Alguns pais costumam se sentir desrespeitados e afrontados com tantas brigas e discussões. Mas isso não quer dizer que os filhos também enxerguem as discussões como uma forma de desrespeitar seus pai.

“Tudo depende de como essa discussão acontece. Vozes exaltadas e xingamentos, por exemplo, não fazem parte de uma discussão saudável. Mas se é uma conversa respeitosa, é muito positivo para a família”, conta Marina.

Na tentativa de fugir de tantas discussões, muitos pais acabam se calando diante de atitudes erradas dos filhos, como, por exemplo, dirigir um carro sem permissão ou chegar embriagado em casa.

É óbvio que casos assim necessitam de uma posição dos pais para que o filho saiba que os mesmos estão preocupados com o seu bem estar.

“O adolescente pode confundir permissividade excessiva com falta de interesse mesmo. É preciso encontrar um equilíbrio. O interesse abusivo e o desinteresse total são igualmente prejudiciais”, ensina Marcelo Quirino.

– “Meu filho é superinteligente”

“Os pais ou os avós podem até enxergar um gênio, entretanto é o coração falando alto. Tirando o emocional de campo, crianças mais precocemente estimuladas possuem maior possibilidade de desenvolvimento intelectual”, diz Tania, observando que as diferenças individuais existem e devem ser respeitadas.

– “Meu filho assiste a DVDs educativos” Como não se render ao monte de vídeos educativos expostos nas prateleiras das lojas? Afinal, estes têm tudo para serem grandes colaboradores no desenvolvimento da fala do seu bebê. Segundo os autores do livro “Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças”, esse é um grande erro.

O assunto tem causado tanta polêmica que gerou, por meio da Academia Americana de Pediatria, uma condenação do uso dos vídeos para crianças de até dois anos de idade.

O psicólogo Marcelo Quirino deixa claro que o desenvolvimento da linguagem é acima de tudo afetivo. “O vídeo é passivo e não estimula a interatividade com a criança. É uma ferramenta auditiva e visual. Não substitui o afeto e o diálogo entre pais e filhos”.

Definitivamente, educar filhos é uma tarefa árdua e digna de aplausos, ainda mais nos tempos atuais. Conte-nos se já tomou algumas das decisões citadas acima e, o que achou das opiniões dos especialistas. Afinal, pais são pais,não?

Sobre o autor:

Vandeni Navarro

Vandeni Navarro

Formada em pedagogia pela UNITAU, especializou-se na área de crianças especiais. Mãe de dois filhos, atualmente dedica-se ao blog e a família.
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